sábado, 18 de agosto de 2012

Canção de amor e fim



É difícil reconhecer a brutalidade em nós mesmos que nos amamos. É difícil tentar dizer o que angustia sem que a voz seja interrompida. Pior de tudo é reconhecer como não conseguimos. Apesar de tudo e tanto. 
Tanto amor, tanto amor. As dores pelas quais passamos. As delícias e as agruras. Chamarei isto para sempre de nossa história de amor.
Você é meu menino, meu peixe, meu touro, meu panda, meu amor. Você era. 
Escrevo para lhe reconquistar: "Por favor, não me procure". 
Escrevo para acreditar já que me lembro de cada sorriso seu, como isto é bobo! e de como não os verei novamente, contento-me com a bobeira. 
Bazinga!
E risos e risos!
Fico alegre em não ter cedido, sendo o que me tornei. O que sou é o mesmo que você não quer. 
O que você é é tudo o que eu esperei. Você, o melhor, o mais, o sempre. Adeus. 
Não se vá. 

Mad Girl's Love Song

                                                            Sylvia Plath

I shut my eyes and all the world drops dead; 
I lift my lids and all is born again. 
(I think I made you up inside my head.) 

The stars go waltzing out in blue and red, 
And arbitrary blackness gallops in: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I dreamed that you bewitched me into bed 
And sung me moon-struck, kissed me quite insane. 
(I think I made you up inside my head.) 

God topples from the sky, hell's fires fade: 
Exit seraphim and Satan's men: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I dreamed that you bewitched me into bed 
And sung me moon-struck, kissed me quite insane. 
(I think I made you up inside my head.) 

God topples from the sky, hell's fires fade: 
Exit seraphim and Satan's men: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I fancied you'd return the way you said, 
But I grow old and I forget your name. 
(I think I made you up inside my head.) 

I should have loved a thunderbird instead; 
At least when spring comes they roar back again. 
I shut my eyes and all the world drops dead. 
(I think I made you up inside my head.)



Cancão da jovem louca

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias  como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)


translated by Maria Luíza Nogueira
(in A REDOMA DE CRISTAL, Ed. Artenova, Brazil, 1971, p. 255)

sábado, 4 de agosto de 2012

Nada resume mais

‎"No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos."

Martin Luther King

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A caixa de Pandora


Pandora e Maria são as mesmas pessoas. Se isto é um começo, não sei. 

Nem sei por onde começar já que eu não voltei, eu não estou de volta. Eu não sou mais quem eu costumava ser. Tudo isto é o retorno de saturno?

No entanto o medo de magoar as pessoas que eu amo, de certa forma, continuou. Eu tinha - talvez tenha ainda, uma amiga muito próxima e querida demais da conta. A gente se amava como irmãs e se entendia profundamente. Só que em algum momento isto se perdeu. Eu me perdi, ela deve de ter perdido também. Perdas. Foi isso. 

E este amor que era tão grande trincou tão profundo e enraizado, que até no último capilar disto eu fui magoada, humilhada e esquecida. Ela se mudou da casa que a gente dividia deixando um bilhete. Antes outros dois também haviam sido deixados. Com umas mentirinhas para encobrir as fugas. E eu precisei tanto a ponto de poder dizer que eu precisava para salvar minha vida. 

Tem uma cara nesta história toda, pulha nojento que eu desconfio, apesar de já ter confiado tanto, que colocou lenha, suavemente, na fogueira. Ele fez um leva e trás sutilíssimo e hoje, quase um ano depois, se declarou para ela. Só que era pra ter sido pra mim e não foi. Bem...pelo menos era o que eu queria e o que ele alimentava. Eu ainda tenho muitas perguntas, eu ainda quero entender os movimentos dele, pra me livrar de vez, sabe?  Eu queria era invadir os emails dele, isto sim!

O resultado de tudo isto é que eu tô com um pânico de gente, paura, sabe? eu olho as pessoas e o meu impulso de ir lá, de falar com todo mundo, se ser o que eu sempre fui, de ser aberta. Eu paro e travo, vejo o rosto da minha (amiga?). E vem o pânico. Medo absurdo de gente. Isto tudo afasta até até o sono. Noite difícil, viu?!



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Meu desktop




Minha mesa de trabalho possui sempre uma caneca com chá ou café, cheia ou já vazia. Há um vaso com uma flor que insiste em ir embora e eu quero que fique linda mais uns dias. Tenho vários dicionários: regência, lexical, inglês, francês, hebraico, espanhol, da história disso ou daquilo, de conjugação de verbos e o dicionário do amor.
Roland Barthes escreveu Fragmentos do discurso amoroso e o organizou por tópicos. Eu acho que este blog pode se tornar um dicionário de fragmentos sobre mim, um meta-eu. Sinto segurança e apoio ao observar que minha mesa de trabalho e estudos está como eu gosto. Com tudo à mão e um caos tendendo à ordem. Tenho as dobraduras que ganhei de quem eu amo e os pesos de papel que são usados de enfeite.
Tenho grande interesse por Literatura, Cinema, Línguas, Artes e Cultura. Gosto muitíssimo de estudar e ensinar. Preciso só aprender por aonde ir. Preciso decidir o que fazer e quais os rumos tomar. Quais livros ler e o que escrever. Se insisto em outra forma para continuar ou se aproveito e crio mudanças. Vivo um período imenso de dúvidas e indecisão.
Sentar-me para trabalhar em casa foi um direcionamento importante. Pedir demissão e deixar para trás um projeto que duraria, talvez, até outubro foi tão difícil que eu tive que adoecer para entender. A vantagem é que atendi ao pedido. Estou feliz e com medo de não conseguir tantos freelas a ponto de me manter com conforto. Por outro lado vejo o resultado de minha dedicação ao trabalho, que nem foi tão grande e tão difícil assim. Em quinze dias eu já tenho possíveis clientes e uma excelente perspectiva de crescimento. Sinto-me bastante segura em poder já pagar as contas do mês que vem e no outro, não sei.
Corda-bamba de tudo e minha mesa como suporte. Ou seja, a mim me tenho. Não, não me basto, mas tenho como continuar. É fato que fui aprovada em uma ótima posição em um concurso público e, ainda assim, há muito que fazer para obter os certificados necessários para assumir o cargo. Acho que mudanças vêm por aí e, da mesa eu vou seguindo pra rua. 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vida à contragosto


Eu não sei bem sobre o que escrever. Se sobre organização da minha vida, se sobre o passado recente ou outros blogs. Se penso em falar sobre o meu cotidiano acaba que  não tem como falar sobre como estou hoje sem pensar no que aconteceu ou sobre como alguns blogs me ajudaram. 
Daí eu decidi usar esta semana para passar algumas coisas a limpo. E, arrumando por fora, arrumo por dentro. Este é um processo que tem funcionado quase bem. 
Tive que viver grandes mudanças e transformações, grosso modo, uma garota do interior que se mudou para a cidade grande, como era seu sonho de criancinha, teve que crescer. 
Em janeiro do ano que vem fará uma década que estou morando em São Paulo. Praticamente no mesmo lugar.Eu fiz Letras na graduação e mestrado em Literatura. Faz dois meses que defendi o mestrado. 
Tanta coisa aconteceu, como era de se esperar. Entretanto o que acabou me marcando furiosamente foram as traições. Os desenganos que as pessoas fazem a si mesmas e acabam nos afetando. E também, óbvio, as calhordices. Eu não quero me lembrar destas histórias por agora, estou melhor da depressão a cada dia. Mas tenho pesado muito as minhas próprias atitudes e como o meu jeito contribuiu para que eu chegasse à borda da vida. Sem me esquecer o que eu pedi e esperava de ajuda de pessoas que se diziam amigas.
Colocar os pingos nos is, que significa saber da responsabilidade e da implicação de cada um nas relações. Assim, você não se deixa usar e nem usa as pessoas. 
Esperar o socorro de quem não quer ajudar, e também não deixa isto claro, é a pior coisa que pode acontecer para um deprimido. E eu pedi, gritei, esperneei, liguei, mandei emails seríssimos, conversei. E fiquei para trás. Estas pessoas estavam ocupadas vivendo suas vidas. Elas também se esqueciam do quanto eu sempre fui presente e amiga, sem me gabar, mas eu sempre me senti responsável pelos meus amigos. 
Eu sentia a vida sendo vivida, passando por mim, sem me pedir licença, sem avisar. Ela chegava e saía e eu ficava inerte. Eu só não queria mais. 

sábado, 21 de julho de 2012

Por um recomeço

Eu gosto muitíssimo de blogs. Leio vários e sobre os mais diversos assuntos. Acontece que eu nunca consegui manter um blog por mais de cinco postagens. Este será o desafio entre o desvario, que é  meu jeito de ver as coisas, e as duas linhas por dia. 
Espero que o exercício da escrita seja confortante cada dia que eu cumprir meu objetivo. Mas que ele continue delirante, como deve ser a escrita em seus questionamentos. 
Boa sorte para mim! :)