Eu não sei bem sobre o que escrever. Se sobre organização da minha vida, se sobre o passado recente ou outros blogs. Se penso em falar sobre o meu cotidiano acaba que não tem como falar sobre como estou hoje sem pensar no que aconteceu ou sobre como alguns blogs me ajudaram.
Daí eu decidi usar esta semana para passar algumas coisas a limpo. E, arrumando por fora, arrumo por dentro. Este é um processo que tem funcionado quase bem.
Tive que viver grandes mudanças e transformações, grosso modo, uma garota do interior que se mudou para a cidade grande, como era seu sonho de criancinha, teve que crescer.
Em janeiro do ano que vem fará uma década que estou morando em São Paulo. Praticamente no mesmo lugar.Eu fiz Letras na graduação e mestrado em Literatura. Faz dois meses que defendi o mestrado.
Tanta coisa aconteceu, como era de se esperar. Entretanto o que acabou me marcando furiosamente foram as traições. Os desenganos que as pessoas fazem a si mesmas e acabam nos afetando. E também, óbvio, as calhordices. Eu não quero me lembrar destas histórias por agora, estou melhor da depressão a cada dia. Mas tenho pesado muito as minhas próprias atitudes e como o meu jeito contribuiu para que eu chegasse à borda da vida. Sem me esquecer o que eu pedi e esperava de ajuda de pessoas que se diziam amigas.
Colocar os pingos nos is, que significa saber da responsabilidade e da implicação de cada um nas relações. Assim, você não se deixa usar e nem usa as pessoas.
Esperar o socorro de quem não quer ajudar, e também não deixa isto claro, é a pior coisa que pode acontecer para um deprimido. E eu pedi, gritei, esperneei, liguei, mandei emails seríssimos, conversei. E fiquei para trás. Estas pessoas estavam ocupadas vivendo suas vidas. Elas também se esqueciam do quanto eu sempre fui presente e amiga, sem me gabar, mas eu sempre me senti responsável pelos meus amigos.
Eu sentia a vida sendo vivida, passando por mim, sem me pedir licença, sem avisar. Ela chegava e saía e eu ficava inerte. Eu só não queria mais.
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